sábado, 19 de agosto de 2017

Programa 10 Historia de Carl Gustaf Boberg



Vamos voltar a 1859, na Suécia, em Monsteras, na região sudoeste. Vamos ao dia 16 de agosto. Seu pai era carpinteiro, trabalhando em um estaleiro de navios – sua casa era bem próxima do estuário do Rio Monsteras. 

Quando tinha 19 anos, Carl converteu-se. Com 31 anos, entre 1890 e 1916, Boberg foi editor de um semanário cristão, o Sanningsvittnet (em português, Testemunha da Verdade). Ainda, com 52 anos, tornou-se representante de sua cidade no Parlamento da Suécia, o que efetuou até os 65 anos. 

Em 1937 ele sofreu um derrame, que paralisou o seu lado direito. Carl falece em 1940, aos 81 anos de idade. 

O hino 

A história começa em 1885, em um dia quente de verão, Carl e outras pessoas de Monsteras foram em uma reunião, em uma localidade ao sul de sua cidade. Naquele momento o sol raiava como nunca. Enquanto voltava da reunião, caiu uma tempestade, onde a chuva caiu do céu e os ventos sopravam nas árvores. Em uma hora, a chuva sai e o arco-íris aparece. Ao chegar em sua casa, ele abre a janela e viu o estuário, em frente de sua casa, brilhando como um espelho. Do outro lado do rio, pássaros cantavam no bosque, enquanto um funeral acontecia, o que permitia ouvir-se os sinos badalando, naquele entardecer. 

Meu Deus! Tantas coisas, foram mais do que suficientes para que nosso amigo Carl mentalizasse alguns versos sobre a grandeza de Deus. Aos poucos que os versos iam vindo, ele juntava, até que, por fim, tem em mãos o poema O Store Gud. Em março de 1886, a primeira vez é publicado esse poema, no jornal local de Monsteras. Em 1891, Carl, que era editor do semanário citado acima, publica o seu hino, com aquela música. 

Ao longo do tempo, versões em outras línguas são criadas. A primeira é em alemão, feita por Manfred Von Glehn. Três anos mais tarde, o brasileiro João Gomes da Rocha, tradutor de inúmeros hinos para o português, faz a sua tradução, que fora divulgada em 1938, no hinário “Louvores” – versão esta composta de 10 (dez) estrofes + coro. 

Entretanto, a grande difusão mundial se deu com o russo Ivan Prokhanoff, em 1927. Ele, famosíssimo pregador russo, publicou uma versão na língua local, incluída no hinário Kimvale, com vários hinos traduzidos de outras línguas. 

Desde 1923, o inglês Stuart Keene Hine, valoroso missionário, deixou a Inglaterra e se mudou para a Ucrânia, pregar o evangelho lá. Foi nesse período, onde ele conheceu a versão russa, feita por Ivan. Eles não sabiam que o hino havia sido composto originalmente por Carl, mas já ouviram falar dele, de cantar em campanhas evangelísticas. 

Quando estavam, Stuart e sua esposa, em uma pequena vila, pregando o evangelho, uma grande tempestade cai. Nisso, um professor local – que posteriormente tornou-se grande amigo de Stuart -, que estava assistindo a mensagem, resolve oferecer a ele hospedagem. 

Ao ver esses grandes trovões, ecoando durante a tempestade, ele, baseado no hino que havia visto de Ivan, cria a primeira estrofe do hino, que traduzida seria “Senhor, meu Deus, quando eu, maravilhado, considero as obras feitas por tua mão, vejo as estrelas, ouço o trovão potente, o teu poder demonstrado através de todo o universo”. 

Após a tempestade, Stuart atravessa a fronteira com a Romênia, e encontra lá alguns jovens cristãos. Passeando entre os bosques e as florestas, ouvindo os pássaros cantando nas árvores, ele induz a todos cantarem a canção de Ivan Prokhanoff. Assim, inspirado pela letra russa, ele continua a compor as estrofes: “Quando eu vagueio pelas matas e clareiras na floresta, e ouço pássaros a cantar nas árvores docemente, quando olho desde a grandeza da montanha altaneira, ouço o riacho e sinto a suave brisa”. 

Stuart também teve uma grande inspiração para escrever as terceira e quarta estrofes – que você pode conhecer um pouco mais na parte sobre a experiência. 

A terceira estrofe retrata a manifestação do amor de Deus no Calvário: “E quando penso que Deus não poupando a seu filho, enviou-o para morrer – mal posso entender que sobre a cruz, suportando de bom grado o meu fardo, verteu seu sangue e morreu a fim de tirar o meu pecado”. 

A quarta estrofe fala do anseio de ir morar com o Senhor: “Quando Cristo vier com brado de aclamação, e levar-me ao lar – que gozo encherá meu coração! Então me prostrarei em humilde adoração, e proclamarei ‘Meu Deus, quão grande és tu! ’”. 

A versão de Carl e a de Ivan são bem respeitadas, mas sem dúvida a inspiração que nosso irmão Hine teve ao fazer a versão mundialmente cantada, de um hino tão maravilhoso como esse. 

As experiências 

Quando conhecemos o quão grande é o nosso Senhor, temos a certeza de que somos filhos de um Deus que, não só nos abençoa, mas também nos acolhe e nos perdoa. 

Um belo domingo, e Carl estava indo para a reunião. Ele encontrou-se com alguns jovens, que insistiam para que ele fosse jogar com eles, em companhia de algumas amigas. Entretanto, ele recusou. Recusou porque sabia que ia encontrar na reunião o pregador que havia tocado muito em seu coração, e queria ouvir seu novo sermão. 

Naquela noite, este pregador trouxe uma mensagem sobre o pecado e sobre a graça. Essa mensagem foi direta ao coração de Carl. 

Carl, quando saiu da reunião, naquele domingo, ficou com um sentimento de convicção, de que era um pecador. Vagando de um lado pra outro, Carl chegou a uma campina, onde caiu de joelhos e confessou-se um grande pecador. Ele, buscando o perdão, orou de dia e de noite. 

Mas não foi isso que o fez compreender a verdade e encontrar o perdão e a paz que tanto procurava – aceitando as palavras de Jesus. Mas foi ouvindo um menino, que lia e tentava, repetitivamente, decorar o texto de João 14.13, que diz que “Tudo quando pedirdes em meu nome eu o farei”. 

Outras duas belíssimas experiências são as que geraram a terceira e quarta estrofes criadas por Stuart. 

Assim surgiu a terceira estrofe: Enquanto ele distribuía folhetos, há cerca de 200 quilômetros de sua cidade, ele soube de uma notícia de que um homem, há cerca de 30 quilômetros dali, já tinha uma Bíblia. Esse homem chamava-se Dimitri. Stuart vai à sua casa visitá-lo – o que impressiona a Dimitri, pois ele até então só havia recebido a visita de dois cristãos. 

Dimitri conhecera o evangelho de uma forma espetacular: há quase vinte anos atrás, os exércitos do Czar russo invadiram a região próxima onde ele vivia. Um soldado, ao retirar-se rapidamente, deixa com que sua Bíblia caísse. Dimitri e a vila não sabiam ler – por isso deixaram esse “livro” guardado. Anos depois, a esposa dele aprende a ler e, como uma criança alfabetizada, começa a falar suas primeiras palavras. E elas foram exatamente o “Evangelho em miniatura”, que está em João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Naquele dia, doze pessoas converteram-se, e o irmão Hine tem uma maravilhosa visão do amor de Deus manifesto no Calvário. 

Assim surgiu a quarta estrofe, só após a segunda grande guerra: o casal Hine teve de se mudar para a Grã-Bretanha, assim como cem mil refugiados de guerra, acrescendo-se aos quase 165 mil poloneses que já estavam lá. Um cristão desses refugiados foi visitar o casal e fez uma pergunta linda: “Quando vamos para o lar?”. Ele pergunta isso, porque ele, ao se separar de sua esposa, anos antes, recusou aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador. Agora, já convertido, anelava o dia de poder ir ao lar e encontrar a sua esposa querida. 

Sem dúvida alguma, essas histórias nos mostram que, mais do que tudo, os verdadeiros, os mais lindos e antigos hinos cantados até hoje surgiram do cotidiano, onde Deus, nas pequenas coisas, nos mostra quão grande ele é e sempre será. 


fonte http://www.supergospel.com.br/noticia_serie-sobre-a-historia-dos-grandes-hinos-da-musica-crista-parte-2-quao-grande-es-tu_2783.html

Programa 09 A Historia de Frida Vingren



Nascida em junho de 1891, no norte da Suécia, Frida Strandberg era de uma família de crentes luteranos. Formou-se em Enfermagem chegando a ser chefe da enfermaria do hospital onde trabalhava.

Tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde foi batizada nas águas pelo pastor Lewi Pethrus, em 24 de janeiro de 1917. Pouco depois recebeu o batismo no Espírito Santo e O dom de profecia.

O chamado para a obra missionária sempre a impulsionou. Nessa época, surgiu na Suécia um movimento por missões, onde muitos jovens estavam imbuídos do desejo de ganhar almas para Cristo. Após comunicar ao pastor Pethrus que o Senhor a chamara para o campo missionário brasileiro, Frida ingressou em um Instituto Bíblico na cidade de Götabro, província de Närkre. O curso era freqüentado por pessoas que já tinham o chamado para missões e por aqueles que tinham apenas vocação missionária. Frida veio para o Brasil no ano de 1917, enviada pela igreja suéca e obedecendo ao chamado de Deus.

Em uma das visitas de Gunnar Vingren à Suécia devido ao seu debilitado estado de saúde, ele conheceu Frida, com quem travou forte amizade. Frida casou-se com o pastor Gunnar Vingren (fundador das Assembléias de Deus no Brasil) em 16 de outubro de 1917 em Belém do Pará, numa cerimônia presidida pelo missionário Samuel Nyström. O casal teve seis filhos:

Ivar, Rubem, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor.

Em março de 1920, irmã Frida foi acometida de malária, sofrendo com terríveis ataques de febre. Durante dois meses e meio, a luta pela vida foi tamanha, a ponto do marido pedir que Deus a curasse ou a levasse para si. Nesse período, a igreja em Belém se colocou em oração e jejum, esperando de Deus um milagre, que ocorreu em 3 de junho de 1920. Depois de seu restabelecimento, ela enfrentou o problema de saúde do marido. A partir do final daquele ano, Gunnar Vingren começou a sofrer de esgotamento físico, em conseqüência da dedicação exclusiva ao trabalho do Senhor, e pelas vezes que também contraiu malária. Por esse motivo, o casal decidiu passar um período na Suécia. O retorno ao Pará ocorreu em fevereiro de 1923.

Depois de muitos anos no Pará, a família Vingren, nessa época com quatro filhos, decidiu ir para o Rio de Janeiro. A mesma vontade de ganhar almas para Cristo continuou e o casal alugou uma casa no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte da cidade, onde inaugurou o primeiro salão de cultos da AD no Estado. Irmã Frida continuou desenvolvendo atividades evangelísticas e abrindo frentes de trabalho em muitos lugares. A obra social da igreja, bem como grupos de oração e de visitas, ficou sob a responsabilidade da missionária. O dom de ensinar podia ser visto nas classes de Escola Dominical.

Na abertura dos cultos, fazia a leitura bíblica inicial e, quando o marido se ausentava em visita ao campo, era irmã Frida quem o substituía pregando e dirigindo os trabalhos. Ela gostava de ministrar estudos bíblicos.

O desprendimento da missionária e sua forte atuação na obra de Deus, muitas vezes foi motivo de crítica por parte de alguns. Mas, mesmo assim, ela nunca se limitou a desempenhar a função que o Senhor havia colocado em seu coração. Foi dirigente oficial dos cultos realizados aos domingos na Casa de Detenção no Rio e, pela facilidade que tinha para se expressar, pregava em todos os pontos de pregação da AD no Rio de Janeiro, em praças e jardins. Os cultos ao ar-livre promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central eram dirigidos pela irmã Frida.

Pela facilidade que tinha com a palavra escrita, Frida destacou-se entre os mais importantes colaboradores dos jornais Boa Semente, O Som Alegre e Mensageiro da Paz (que substituiu os dois primeiros a partir de 1930). Ela escrevia e traduzia mensagens evangelísticas, doutrinárias e de exortação. Foi também comentarista das Lições Bíblicas de Escola Dominical na década de 30.

Além de escrever, Frida sempre se dedicou à música. Cantava, tocava órgão, violão e compunha hinos de grande valor espiritual. A Harpa Cristã contém cerca de 23 hinos de sua autoria, entre eles Deixai entrar o Espírito de Deus (n° 85) e Uma flor gloriosa (n° 196).

Depois de quinze anos dedicados ao nosso país, e de muito sofrimento por amor à Obra, a família Vingren decidiu retornar à Suécia em setembro de 1932. Dias antes da partida, a filha Gunvor faleceu, vítima de uma infecção na laringe. Frida faleceu em 30 de setembro de 1940, sete anos após o falecimento do marido.

Muitas vezes mal compreendida, questionada e criticada, Frida tinha certeza do seu chamado. Sua única convicção era de que o Senhor Jesus a acompanhava em todos os momentos de sofrimento e luta.

Ela entrou para a História como um dos maiores nomes do Movimento Pentecostal no Brasil.
Fonte https://harpadigital.jimdo.com/frida-vingren/

Programa 08 - A Historia de Sarah Flower Adams


Os hinos da Harpa Cristã são verdadeiras orações. Para cada momento de nossa vida encontramos um hino que descreva o que, em palavras, não conseguimos expressar. Mas muitas vezes não sabemos quem foram os autores ou a história que deu a inspiração para compor essas belissimas letras.

Sarah Flower nasceu em 22 fevereiro de 1805, em Old Harlow, na inglaterra. Filha mais nova do casal Benjamin Flower e Eliza Gold, teve como irmã a também compositora Eliza Flower, que escrevia a melodia para vários hinos que ela compunha. Foram aproximadamente 13 letras e 69 melodias criadas pelas irmãs.

Sarah foi casada com Williams Bridges Adams, famoso engenheiro ferroviario. Eles moraram por muitos anos em Loughton, Inglaterra - onde, até hoje, há uma placa homenageando o casal.
Desde cedo, foi notado em Sarah o talento para escrever. Além de compor hinos, ela dedicava o seu tempo para escrever poesias. Um de seus principais trabalhos foi o poema dramático chamado Vivia Perpétua, publicado em 1841, que tinha como tema central a história de vida dos primeiros cristãos.
O hino mais conhecido que Sarah compôs, e que até hoje é cantado em várias igrejas pelo mundo é o Mais Perto, Meu Deus, de Ti, nª 187 da Harpa Cristã. Existem várias histórias sobre a composição desse hino, e uma delas é que Sarah estava meditando sobre o capitulo 28 de Gênesis, que fala sobre a visão da escada de Jacó.

Ela ficou impressionada com os versículos e começou a escrever a letra desse hino, baseado no texto bíblico e na sua vida. Na época, Sarah sofria muito por problemas de saúde. Apesar de o hino ter sido escrito por Sarah e a música, por sua irmã Eliza, ele só ficou mundialmente conhecido quando Lowell Mason, primeiro educador musical dos Estado Unidados, aprimorou a melodia de Eliza dando-lhe o nome de Bethany. Lowell deixou registrado na história que, em uma noite de 1856, depois de despertar de um sono, na solidão da sua casa, veio a ele a melodia para a letra escrita por Sarah Adams.

fonte http://mizaquiel.blogspot.com.br/2016/07/sarah-flower-adams-compositoras-da.html

Programa 07 - Paulo Leivas Macalão



Nasceu na cidade de Livramento, RS, a 17 de setembro de 1903. Filho do general João Maria Macalão e de D. Joaquina Jorgina Leivas Macalão. Recebeu sua educação inicial no Colégio Batista, no então Distrito Federal, e completou seu curso colegial no Colégio D. Pedro II. Era desejo de sua família que seguisse a carreira militar, e ele concordava, pois estava resolvido a entrar mesmo no Colégio Militar de Realengo, para seguir a carreira de seu pai. O curso de sua vida, no entanto, estava sendo orientado por Deus, Converteu-se em 5 de abril de 1924, sendo batizado a 3 de novembro do mesmo ano. Por essa razão, deixou de lado a carreira militar e dedicou-se à tarefa de expressar o seu amor à causa evangélica, seguindo o glorioso ideal de ganhar almas para o reino de Deus.

Não foi fácil para o jovem Paulo seguir os passos iniciais de sua nova carreira, porque encontrou os primeiros obstáculos entre os seus. Sua família, sentindo que este era o seu destino e que esta era a vontade de Deus, cedeu diante da fé inabalável do jovem crente.

Paulo Macalão começou sua campanha de evangelização nos subúrbios da zona rural, passando por Realengo, Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Marechal Hermes, bem como nos arredores do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis e Niterói.

Os resultados não demoraram a chegar: um número de congregações foi estabelecido com o fim de salvar aqueles que estavam sem esperança, jazendo na incredulidade, levando-os à segurança da fé.
A 17 de agosto de 1930, o missionário Gunnar Vingren, que era o pastor da igreja no Rio de Janeiro, aproveitando a visita ao nosso país do missionário Lewi Pethrus, da Suécia, consagrou Paulo Leivas Macalão ao ministério da Palavra de Deus.

Bangu foi a localidade escolhida para seu trabalho evangelístico e para a construção do primeiro templo das Assembléias de Deus no Distrito Federal. Esta igreja ficava na rua Ribeiro de Andrade, 65, onde a 17 de janeiro de 1934, casou-se com Zéliz Brito, nascendo-lhe o único filho, Paulo Brito Leivas Macalão, hoje pastor em Caldas Novas, GO. Mas tarde o trabalho foi transferido para Madureira, bairro em que se estabeleceu a sede da igreja. De lá, espalhou-se para outros Estados, como Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Espírito Santo e, também, Brasília, quando do início da nova Capital Federal.

Passados 30 anos de sua morte, sua obra ainda é motivo de diversas analises e reflexões. Macalão foi um pioneiro do pentecostalismo sem dúvida alguma, mas também foi pioneiro na formação da primeira cisão ministerial da denominação e inspirou muitos outros a fazerem o mesmo. Ainda em vida, a palavra mais usada pelos textos oficiais para justificar a iniciativa de Paulo Leivas de formar um ministério à parte do suecos foi incompreensão. Sim, Macalão foi um incompreendido, um jovem que ao entrar em choque com os líderes escandinavos se deslocou para os subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, para ali formar seu próprio rebanho. E esse rebanho cresceu muito, sempre inspirado na veia nacionalista e autoritária de seu líder. A AD passou então em muitas regiões do Brasil a ser conhecida como Missão, em alusão aos trabalhos fundados ou dirigidos pelos suecos, e Madureira, a AD verdadeiramente nacional.

Após a saída do Ministério de Madureira da CGADB, a literatura da CPAD ainda continua a reconhecer Paulo Leivas como grande líder, porém sempre é destacado um trecho do diário de Vingren onde ele registra uma interessante observação sobre Macalão: 

"ele é muito independente". Outras faces do "Apóstolo do século XX" são reveladas nas edições posteriores, sob um ângulo nem sempre favorável, legitimando assim a cisão ocorrida em 1989 como algo inevitável, pois o germe da divisão estaria nas ações expansionistas e polêmicas do fundador de Madureira. Assim, após 30 do seu falecimento, sua memória cada vez mais é exaltada por Madureira, mas por outro lado é questionada nem sempre de forma sutil pelas AD's ligadas a Missão. 
Outro ponto que envolve a figura de Macalão em mistério seria a sua provável filiação a maçonaria. Antigos líderes e membros afirmam essa ligação, mas não há evidências claras de que isso tenha ocorrido. Sua amizade com o Reverendo Isaías de Souza Maciel, ministro evangélico, o qual chegou a ser grão-mestre na maçonaria é destacada para afirmar essa hipótese. Gedeon Alencar registra em seu livro, que o questionamento de um pastor pertencer ou não a maçonaria foi ventilado na CGADB de 1966, e ainda, segundo alguns entrevistados para sua tese, uma comissão teria realizado um solenidade em sua homenagem. Mas esse é um caso onde não há confirmações ou desmentidos convincentes.

A certeza de tudo isso é que, passados 30 anos de sua morte, a vida e obra de Paulo Leivas Macalão ainda merecem um estudo mais aprofundado. Poucas informações sobre ele se levantaram nesse período além das que já estão dadas pela historiografia oficial. Macalão ainda é uma incógnita para muitos pentecostais, um personagem mítico esperando por ser desvendado.


Fonte http://mariosergiohistoria.blogspot.com.br/2012/08/30-anos-sem-paulo-leivas-macalao.html


Programa 06 - A historia de Almeida Sobrinho



 Almeida Sobrinho [221, 224] foi o primeiro editor pentecostal. Editou dois números de A Voz da Verdade. A imprensa sempre foi um dos recursos usados pela Assembléia de Deus do Brasil na evangelização. Em 1917, foi publicado o primeiro jornal: A Voz da Verdade. Dirigido pelo pr. Almeida Sobrinho e pelo irmão João Trigueiro. Na primeira edição trouxe a matéria de capa: Jesus é quem batiza no Espírito Santo e fogo. Depois de algum tempo, deu lugar ao Boa Semente.

Um dos hinos mais cantados da Harpa Cristã é o de número 300 cujo título “Nossa Esperança” já demonstra a temática escatológica da letra. Essa canção foi composta pelo pastor José Manoel Cavalcante de Almeida (1875-?), mais conhecido como Almeida Sobrinho, um ex-batista que na Assembleia de Deus em Belém (PA) fundou o primeiro jornal pentecostal do Brasil, o Voz da Verdade. Esse periódico circulou até 1918. Ele também editou o hinário Cantor Pentecostal, no ano de 1921. Esse pequeno livro musical foi o precursor da Harpa Cristã.[1]

Entre as composições originais e adaptações de Almeida Sobrinho está o hino “Nossa Esperança”. Essa canção das “últimas coisas” usa a música da composição “The Fight is On”, cuja letra é sobre a batalha diária do cristão e cuja autoria é da metodista norte-americana Leila Naylor Morris (1862-1929). Sobrinho fez uma letra totalmente nova para usar na adaptação[2].

Vejamos os trechos do hino “Nossa Esperança” com a respectiva análise:

Jesus, sim, vem do céu, em glória Ele vem! Ecoa a nova pelo mundo além; Oh esperança que a Sua Igreja tem! Dai glória a Deus, Jesus em breve vem! Nossa esperança é Sua vinda. O Rei dos reis vem nos buscar; Nós aguardamos, Jesus, ainda, Té a luz da manhã raiar. Nossa esperança é Sua vinda O Rei dos reis vem nos buscar; Nós aguardamos, Jesus, ainda, Té a luz da manhã raiar.

Diferente de muitas músicas escatológicas que foram produzidas nos anos 1990 e 2000 pelas chamadas “cantoras pentecostais”, essa letra não foca o desespero de quem está despreparado para a vinda de Cristo, mas está sim na centralidade da esperança e na expectativa que enche o coração de alegria. O intuito da letra não é produzir medo, mas expectação e maravilhamento.

Jesus, sim, vem, os mortos esperando estão; O gran momento da ressurreição/E do sepulcro em breve se levantarão! Dai glória a Deus, Jesus em breve vem!

Ao associar a esperança da vinda de Cristo com a esperança da ressurreição dos mortos a letra faz um casamento que a escatologia do Novo Testamento procura estabelecer o tempo todo. Ou seja, a vinda de Cristo não é apenas um grande momento para quem estará vivo no retorno do Senhor, mas também será para todos os santos mortos em qualquer tempo, em qualquer era.

Jesus, sim, vem do céu cercado de esplendor, Aniquilando a corrupção e a dor, Quebrando os laços do astuto usurpador, Dai glória a Deus, Jesus em breve vem!

Ao usar a expressão “corrupção e dor” o compositor corretamente indica que a esperança escatológica não é apenas para o fim do sofrimento físico, mas igualmente marca a vitória final sobre o domínio do pecado.

Jesus, sim, vem, completamente restaurar/O mundo que se arruína sem parar; Sim, todas as coisas vem depressa transformar/Dai glória a Deus, Jesus em breve vem!

Esse talvez seja o ponto mais alto da letra. O autor mostra a esperança que a vinda de Cristo traz não só para o indivíduo crente, mas para o próprio mundo. O mundo esse que será restaurado e transformado. “E vi um novo céu e uma nova terra”, como disse João no Apocalipse 21. Hoje há uma ansiedade na sociedade com o cuidado pela terra. Muitos, inclusive, acreditam que a pregação escatológica é uma mensagem de desprezo pelo meio ambiente e, também, uma forma de escapismo diante das responsabilidades e dos problemas deste mundo. Não, na verdade não há escapismo. Há isso sim, a consciência que nunca será possível uma completa restauração deste mundo sem a intervenção direta de Deus. Todo plano humano utópico de restauração total pelo esforço de um indivíduo, grupo ou governo desemboca em totalitarismo. Só a esperança cristã evita o mal do conformismo conservador e, também, põe um freio na violência apaixonada e cruel das mentes revolucionárias.

Jesus, sim, vem, e sempiterna adoração/Daremos nós ao Rei de coração; Ao grande autor da nossa eterna salvação, Dai glória a Deus, Jesus em breve vem!

A escatologia não é um exercício de especulação, mas de adoração. E é assim que termina esse belo hino: na esperança da adoração eterna. Vemos que essa canção é um belo resumo de uma preciosa escatologia bíblica com precisão teológica. O foco aqui está na preocupação principal da escatologia neotestamentária: a produção de corações esperançosos e de adoradores com expectação. A escatologia cristã não foi feita para criar especuladores curiosos e nem cínicos desesperançosos.  

A beleza da Harpa Cristã é uma dádiva que a Assembleia de Deus deve sempre aproveitar da melhor forma possível até a vinda do Senhor! Maranata!



Programa 05 - A historia de Rev. Walter Stillman Martin



Era um domingo pela manhã em 1904. O Rev. Walter Stillman Martin, pregador apreciado, freqüentemente convidado para séries de conferências e pregações pelas igrejas, teve um convite na cidade de Lestershire, Estado de Nova Iorque. A sua esposa Civilla, enferma e semi-inválida, e seu filho, ainda  menino, estavam com ele na cidade. De repente, piorou consideravelmente o estado de saúde de sua esposa. Que fazer? Seria prudente deixá-la sozinha somente com o menino? O Pr. Martin pensou em comunicar à igreja que seria imperativo cancelar o compromisso. Quando estava pronto para fazer a ligação, ouviu a voz do filho:” Pai, se é a vontade de Deus que você vá pregar hoje na igreja, ele não poderá tomar conta da mamãe enquanto você estiver ausente?”  O Pr. Martin não fez a ligação. Aquela voz do seu filho afastou, de repente, todo o seu temor. Sim, Deus seria capaz de cuidar dela! A voz da sua esposa ajuntou-se à do menino: ”Deus cuidará de mim.” O Pr. Martin deixou a mulher e o filho aos cuidados de Deus e foi pregar. Houve muitas conversões! Sentia a mão de Deus abençoando-o poderosamente naquele dia.  Chegando ao lar, qual a sua felicidade! O seu filho trazia na mão um envelope com uma poesia escrita no dorso com o título "Deus Cuidará de Ti”. "A pergunta que nosso filho fez e a simplicidade de sua fé me inspirou essas estrofes”, explicou Civilla. O seu marido também compartilhou as bênçãos que havia recebido. O Pr. Martin, apanhando o poema sentou-se ao órgão. Dentro em pouco estava composta a melodia. Este hino maravilhoso sobreviveu ao casal, e até hoje nosconforta em cada angústia e cada tribulação.  Walter Stillman Martin( 1862- 1935) formado na Universidade de Harvad, foi ordenado ao ministério batista, mais tarde unindo-se à Igreja Discípulos de Cristo. Tornou-se professor de Bíblia na Faculdade Cristã Atlântica, em Carolina do Norte. Casou-se com Civilla Dufee Holden, e em 1919 fixaram residência em Atlanta, Estado de Geórgia, enquanto publicou outros hinos do estilo “gospel hymns”.  Civilla Durfee Martin (1866- 1948), nascida na província de Nova Scotia, no Canadá, por muitos anos foi professora da rede pública. Recebeu educação musical. Civilla, embora nunca tivesse boa saúde, colaborou com seu marido nas suas campanhas até a morte dele.  O nome da melodia, GOD CARES (Deus Cuida),reflete a mensagem do hino composto pelo casal Martin. Foi publicado no hinário Songs of Redemption and Praise( Cânticos de Redenção e Louvor), em 1905, compilado por Martin e John A. Davis, fundador e presidente da Escola de Treinamento Prático na Bíblia em Lerstershire, Estado de Nova Iorque.   Bibliografia: Porto Filho, Manoel: História e Mensagem dos Hinos que Cantamos, Teresópolis, RJ, Casa Editora Evangélica, 1962, p 15-18

Vamos ouvir o Hino 04 - Deus Velará por ti

Fon te https://docslide.com.br/documents/harpa-crista-historia-dos-autores-e-tradutores-17-hinos.html

Programa 04 - A historia de Adriano Nobre




Adriano Nobre

   Segundo a tradição oral, Adriano Nobre foi o primeiro pastor da Assembléia deDeus no RN (o livro "História da Assembléia de Deus no Brasil" confere essa primazia a José Morais, enviado pela Igreja em Belém/PA, em 1919).   Foi seringalista no Pará, Comandante de navio da Companhia Port of Pará e falavainglês. Crente presbiteriano, depois de receber dos pioneiros a mensagem pentecostal, foi enviado a Recife para dar início à obra ali. Em 1916, chegou à Capital Pernambucana. No ano seguinte, batizou dois novos convertidos em Capibaribe (PE). Um deles a irmã Luli Ramos, recebeu o batismo no Espírito Santo, tornando-se a primeira a ter aquela experiência no Estado. Em 20 de Outubro de 1918, precisando voltar para o Pará, é substituído pelo missionário Joel Carlson, que chegava da Suécia para trabalhar especificamente em Recife(PE). 

Vamos ouvir os hinos HC003-PLENA PAZ Letra: Johnson Oatman, Jr., 1898Música: J. Howard EntwisleTradução: Adriano Nobre


Nos primeiros dias da presença de Gunnar Vingren e Daniel Berg em Belém doPará, Deus colocara em cena o irmão Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e morava nas ilhas. Por falar inglês, viria atuar como intérprete para os missionários. Seu primo, Raimundo, era estudante no Seminário Batista do Norte em Recife (PE). Considerado o "pai" da Assembléia de Deus em Pernambuco.   Adriano Nobre convidou-os, então, a passarem alguns meses nas ilhas. Certo dia, foi uma surpresa para os moradores do rio Tajapurú a chegada dos missionários em companhia de Adriano Nobre, que tinha propriedades no local. O local em que se hospedaram chamava-se Boca do Ipixuna. É de supor que os missionários ficassem surpresos com a mudançapara as selvas. Os missionários foram morar no mesmo quarto em que morava Adrião Nobre, irmão de Adriano, que naquele tempo ainda não era crente. Adrião, mais tarde, converteu-se, e contou que ficara impressionado com a vidade oração dos jovens missionários; a qualquer hora da noite que despertassem, lá estavam os jovens orando, a sós com Deus, em voz baixa, para não incomodar os que dormiam.  As primeiras reuniões do chamado Movimento Pentecostal em Pernambuco ocorreram em 1916. Na ocasião, o irmão Adriano Nobre, enviado pelo missionário Gunnar Vingren, do Belém do Pará, começou a celebrar cultos nas casas de evangélicos que se interessavam nas revelações dos dons espirituais e pelo Batismo com o Espírito Santo. Em uma dessas reuniões, ele conheceu um casal temente a Deus, João e Felipa Ribeiro. A partir de então, os cultos da denominada “Missão da Fé Apostólica”, ficaram fixos da residência dos irmãos, na rua Velha, nº 27, no bairro da Boa Vista. 

Vamos ouvir os hinos 10 Eu te louvo e retornamos a continuar a historia deste pastor e autor

No Ceará   0 Estado do Ceará é duplamente privilegiado: recebe, Maria de Nazaré, como os outros não-paraenses, está anelante de que seus conterrâneos conheçam amensagem do Evangelho Pleno. Ela decide começar pelos seus familiares. Eles rejeitam a pérola espiritual que Nazaré Ihes traz. Mas os presbiterianos-independentes, que já tem Cristo na vida, querem conhecê-lo melhor, e dizem: "Sim!" E tornam-se todos pentecostais. Ao retornar a Belém, Nazaré faz saber ao pastor que as novas ovelhas, em Fortaleza, esperam por um obreiro.  No ano seguinte, 1915, Gunnar Vingren vai pessoalmente informar-se do que ocorre. E constata que realmente urge tomar a providencia: envia o incansável Adriano Nobre, que, em 1922, e substituído pelo cearense Antonio do Rego Barros. Este permanece por um ano, apenas, e dá lugar a José Teixeira Rego. Teixeira estivera no Sul, e volta a liderança da igreja. Em 1929 ocorre nova troca de obreiros, e retorna Antonio do Rego Barros.   

Em Pernambuco   De Belém chega, em 1916, o infatigável pioneiro Adriano Nobre. E mais um Estado em que o Pentecoste antecede os obreiros, prova eloqüente de que com o homem e até sem ele, o Espirito Santo age e visita com fogo do alto. Crentes de igrejas tradicionais ouvem a mensagem do Evangelho Pleno, e crêem.   
No Rio Grande do Norte   Mais um crente tocado pelo Espírito Santo, em Belém do Pará, volta ao seu ponto de origem para evangelizar os conterrâneos. Trata-se de um membro da assim chamada família César, que prepara o terreno para o surgimento da igreja. Em 1918, o Pr. Adriano Nobre está em Natal, onde oficializa o trabalho eoficia o primeiro batismo, mas logo estará em outra cidade. 0 pastor que efetivamente assume a liderança local é José Paulino Estumano de Morais. 


fonte https://docslide.com.br/documents/harpa-crista-historia-dos-autores-e-tradutores-17-hinos.html


Programa 03 - Historia de James McGranahan


James McGranahan
(1840-1907)
Pseudônimo: G.M.J.
Nasceu no dia 4 de Julho de 1840 em West Fellowfield, próximo de
Adamsville, Pennsylvania, sendo de descendência irlando-escocesa. Seu pai,
George McGranahan, era fazendeiro, por isso, Kirkpatrick passou sua infância
na fazenda. Quando já tinha idade suficiente, iniciou aulas de canto e logo se
revelou como um dos mais talentosos e respeitados alunos, tendo mesmo
organizado sua própria escola de canto, já aos 19 anos de idade. Tornou-se
logo, um dos professores mais conhecidos da região. James McGranahan foi
um músico americano de muito talento e culto que viveu de 1840 a 1907. Ele
era dotado de uma preciosa voz tenor e estudou entre 1861 e 1862 com
eminentes mestres, tais como T. E. Perkins, Carlo Bassini, os quais deram
conselho para que se dedicasse à ópera. Certamente, este conselho deve ter
despertado sua imaginação, produzindo uma deslumbrante expectativa de
fama e fortuna. E ele tinha certeza o tempo todo, que só dependia dele. Em
1862 associou-se a J. G. Towner, e por dois anos fizeram concertos e turnês
pelos estados de Pennsylvania e Nova Iorque, trazendo muita satisfação no
trabalho que era desenvolvido. Continuou seus estudos, agora sob os
cuidados de Bassini, Webb, O'Neil, e outros, esmerando-se na arte de ensinar,
com o príncipe dos mestres, Dr. Geo. F. Root, a arte da regência com Carl
Zerrahn, harmonia com J. C. D. Parker, F. W. Root, e mais tarde, Geo. A.
Macfarren, de Londres. Em 1875 aceitou o cargo de gerente do Instituto
Musical Normal de Root, atuando na qualidade de Diretor e Professor por três
anos, tendo o Dr. Root como Chefe. Durante este tempo angariou destacada
reputação no seu trabalho e pelo seu brilho, na música clássica e de coral e
cânticos sabatinos publicados de vez em quando. A esta altura, seu preparo
para uma carreira de sucesso já estava consolidado. Havia se tornado um
músico culto e dotado de uma reputação que crescia a cada dia, com sua
performance solo atraindo muita atenção. Sua belíssima e rara voz de tenor
deixava seus ouvintes perplexos e maravilhados, tendo sido objeto de
propostas até de seus mestres, para que se tornasse cantor de ópera, na qual
sem dúvida, iria obter projeção e dinheiro.
Colheita para o Mestre
Mesmo as festividades do Natal, de Dezembro de 1876 não conseguiam
afastar da sua mente o bilhete que seu amigo Philip havia escrito para a ele
apenas alguns dias antes do feriado. Leu repetidas vezes e quase decidiu se
render à urgência daquela mensagem, porém, não o fez de imediato. Seus
sonhos e ambição pessoal ainda eram demasiadamente preciosos. Como
podia desistir?
McGranahan era cristão e tinha um amigo crente, que se chamava Philip Paul
Bliss, o qual estava muito preocupado com ele. Este amigo também era um
músico talentoso o qual teve muitas experiências parecidas quando foi cantor
na sua juventude. Contudo, sentiu-se tocado pela chamada do Senhor na sua
vida e rendeu-se à Ele, dedicando-se em tempo integral à sua obra. Apesar de
ser apenas dois anos mais velho do que McGranahan, Philip Bliss, com 38
anos, já tinha doze anos de dedicação ao trabalho cristão. Na época, servia
como cantor solista do evangelista Major D. W. Whittle. Ah, E como ele se
sentia tocado quando as multidões que se juntavam para as campanhas, eram
impactadas pelo mover do Espírito Santo através da música! E como almejava
que seu amigo James também tivesse essa mesma experiência! Philip Bliss e
sua esposa estavam se preparando para uma viajem para a Pensylvania para
passar o Natal em casa. Havia muito a ser feito, mas em meio a tanta agitação
e preocupações, Bliss sentiu-se estranhamente compelido a fazer uma breve
interrupção e escrever uma carta para o seu amigo, McGranahan. Pensava
muito nele, que tinha 36 anos de idade, que ainda estava estudando música e
se preparando. Preparando-se para o que? Para ser cantor de ópera ou para
servir ao Senhor? Na medida em que escrevia, Bliss orou para que o Senhor
entregasse à ele as palavras corretas. Ele sabia que Deus tinha um plano na
vida de James e tinha um desejo muito grande no seu coração, que ele
tomasse a decisão correta. Finalmente, a carta ficou pronta. Necessitando de
coragem e aprovação para o que estava escrito, leu a carta para o Major
Whittle. No texto, ele comparava a longa formação musical de McGranahan, à
um homem afiando sua foice para a colheita. O ponto culminante do assunto,
foi quando escreveu:
"Pare de afiar a foice e venha colher para o Mestre!"
A carta foi enviada e logo alcançou seu destino. As palavras tocaram James
McGranahan como nunca tinha acontecido antes. Não conseguia pensar em
nada mais.
"Colher para o Mestre... colher para o Mestre... colher para o Mestre!"
Dia e noite as palavras estavam diante dele. Uma semana mais tarde, dia 19
de Dezembro de 1876, o homem que havia escrito estas palavras estava
morto. O trem em que viajava Philip Paul Bliss e sua esposa, com destino a
Chicago, onde tinha um compromisso para cantar no Tabernáculo Moody,
sofreu um acidente na ponte Ashtabula, Ohio. A composição caiu de uma altura
de 20 metros e pegou fogo. Entre as 100 pessoas que pereceram no desastre,
estava o cantor evangélico, de 38 anos de idade, Philip P. Bliss e sua esposa.
Assim que ficou sabendo da tragédia, James McGranahan foi imediatamente
para o local do acidente. Foi alí que encontrou, pela primeira vez, o Major
Whittle. Mais tarde o evangelista iria se recordar daquele momento:
"Aqui, na minha frente, está o homem que Bliss escolheu para ser seu
sucessor."
Os dois homens fizeram a viajem de volta para Chicago, juntos. Na viajem,
conversaram muito. Antes de chegar a Chicago, James McGranahan decidiu
entregar sua vida, seus talentos e tudo o que tinha para servir ao Senhor. Ele
decidiu
"colher para o Mestre!"
O mundo evangélico perdeu uma estrela naquele dia do acidente, mas o
cristianismo ganhou uma de suas mais doces vozes evangélicas. James
Granahan foi grandemente abençoado e usado nas campanhas evangelísticas
nos Estados Unidos, Inglaterra e Irlanda.
Faleceu no dia 9 de Julho de 1907 em Kinsman, Ohio, onde se encontra
enterrado. São suas as melodias dos seguintes hinos da Harpa Cristã, dentre
outras:
001-Chuvas de graça
046-Um pendão real 074-Cristo virá 146-Caminho Brilhante 406-À sombra do
meu Redentor 409-Trabalhadores do evangelho 412-Jesus Cristo, bem amado
420-O que busca ansioso? 507-Jesus salva

fonte https://docslide.com.br/documents/harpa-crista-historia-dos-autores-e-tradutores-17-hinos.html