sábado, 19 de agosto de 2017

Programa 10 Historia de Carl Gustaf Boberg



Vamos voltar a 1859, na Suécia, em Monsteras, na região sudoeste. Vamos ao dia 16 de agosto. Seu pai era carpinteiro, trabalhando em um estaleiro de navios – sua casa era bem próxima do estuário do Rio Monsteras. 

Quando tinha 19 anos, Carl converteu-se. Com 31 anos, entre 1890 e 1916, Boberg foi editor de um semanário cristão, o Sanningsvittnet (em português, Testemunha da Verdade). Ainda, com 52 anos, tornou-se representante de sua cidade no Parlamento da Suécia, o que efetuou até os 65 anos. 

Em 1937 ele sofreu um derrame, que paralisou o seu lado direito. Carl falece em 1940, aos 81 anos de idade. 

O hino 

A história começa em 1885, em um dia quente de verão, Carl e outras pessoas de Monsteras foram em uma reunião, em uma localidade ao sul de sua cidade. Naquele momento o sol raiava como nunca. Enquanto voltava da reunião, caiu uma tempestade, onde a chuva caiu do céu e os ventos sopravam nas árvores. Em uma hora, a chuva sai e o arco-íris aparece. Ao chegar em sua casa, ele abre a janela e viu o estuário, em frente de sua casa, brilhando como um espelho. Do outro lado do rio, pássaros cantavam no bosque, enquanto um funeral acontecia, o que permitia ouvir-se os sinos badalando, naquele entardecer. 

Meu Deus! Tantas coisas, foram mais do que suficientes para que nosso amigo Carl mentalizasse alguns versos sobre a grandeza de Deus. Aos poucos que os versos iam vindo, ele juntava, até que, por fim, tem em mãos o poema O Store Gud. Em março de 1886, a primeira vez é publicado esse poema, no jornal local de Monsteras. Em 1891, Carl, que era editor do semanário citado acima, publica o seu hino, com aquela música. 

Ao longo do tempo, versões em outras línguas são criadas. A primeira é em alemão, feita por Manfred Von Glehn. Três anos mais tarde, o brasileiro João Gomes da Rocha, tradutor de inúmeros hinos para o português, faz a sua tradução, que fora divulgada em 1938, no hinário “Louvores” – versão esta composta de 10 (dez) estrofes + coro. 

Entretanto, a grande difusão mundial se deu com o russo Ivan Prokhanoff, em 1927. Ele, famosíssimo pregador russo, publicou uma versão na língua local, incluída no hinário Kimvale, com vários hinos traduzidos de outras línguas. 

Desde 1923, o inglês Stuart Keene Hine, valoroso missionário, deixou a Inglaterra e se mudou para a Ucrânia, pregar o evangelho lá. Foi nesse período, onde ele conheceu a versão russa, feita por Ivan. Eles não sabiam que o hino havia sido composto originalmente por Carl, mas já ouviram falar dele, de cantar em campanhas evangelísticas. 

Quando estavam, Stuart e sua esposa, em uma pequena vila, pregando o evangelho, uma grande tempestade cai. Nisso, um professor local – que posteriormente tornou-se grande amigo de Stuart -, que estava assistindo a mensagem, resolve oferecer a ele hospedagem. 

Ao ver esses grandes trovões, ecoando durante a tempestade, ele, baseado no hino que havia visto de Ivan, cria a primeira estrofe do hino, que traduzida seria “Senhor, meu Deus, quando eu, maravilhado, considero as obras feitas por tua mão, vejo as estrelas, ouço o trovão potente, o teu poder demonstrado através de todo o universo”. 

Após a tempestade, Stuart atravessa a fronteira com a Romênia, e encontra lá alguns jovens cristãos. Passeando entre os bosques e as florestas, ouvindo os pássaros cantando nas árvores, ele induz a todos cantarem a canção de Ivan Prokhanoff. Assim, inspirado pela letra russa, ele continua a compor as estrofes: “Quando eu vagueio pelas matas e clareiras na floresta, e ouço pássaros a cantar nas árvores docemente, quando olho desde a grandeza da montanha altaneira, ouço o riacho e sinto a suave brisa”. 

Stuart também teve uma grande inspiração para escrever as terceira e quarta estrofes – que você pode conhecer um pouco mais na parte sobre a experiência. 

A terceira estrofe retrata a manifestação do amor de Deus no Calvário: “E quando penso que Deus não poupando a seu filho, enviou-o para morrer – mal posso entender que sobre a cruz, suportando de bom grado o meu fardo, verteu seu sangue e morreu a fim de tirar o meu pecado”. 

A quarta estrofe fala do anseio de ir morar com o Senhor: “Quando Cristo vier com brado de aclamação, e levar-me ao lar – que gozo encherá meu coração! Então me prostrarei em humilde adoração, e proclamarei ‘Meu Deus, quão grande és tu! ’”. 

A versão de Carl e a de Ivan são bem respeitadas, mas sem dúvida a inspiração que nosso irmão Hine teve ao fazer a versão mundialmente cantada, de um hino tão maravilhoso como esse. 

As experiências 

Quando conhecemos o quão grande é o nosso Senhor, temos a certeza de que somos filhos de um Deus que, não só nos abençoa, mas também nos acolhe e nos perdoa. 

Um belo domingo, e Carl estava indo para a reunião. Ele encontrou-se com alguns jovens, que insistiam para que ele fosse jogar com eles, em companhia de algumas amigas. Entretanto, ele recusou. Recusou porque sabia que ia encontrar na reunião o pregador que havia tocado muito em seu coração, e queria ouvir seu novo sermão. 

Naquela noite, este pregador trouxe uma mensagem sobre o pecado e sobre a graça. Essa mensagem foi direta ao coração de Carl. 

Carl, quando saiu da reunião, naquele domingo, ficou com um sentimento de convicção, de que era um pecador. Vagando de um lado pra outro, Carl chegou a uma campina, onde caiu de joelhos e confessou-se um grande pecador. Ele, buscando o perdão, orou de dia e de noite. 

Mas não foi isso que o fez compreender a verdade e encontrar o perdão e a paz que tanto procurava – aceitando as palavras de Jesus. Mas foi ouvindo um menino, que lia e tentava, repetitivamente, decorar o texto de João 14.13, que diz que “Tudo quando pedirdes em meu nome eu o farei”. 

Outras duas belíssimas experiências são as que geraram a terceira e quarta estrofes criadas por Stuart. 

Assim surgiu a terceira estrofe: Enquanto ele distribuía folhetos, há cerca de 200 quilômetros de sua cidade, ele soube de uma notícia de que um homem, há cerca de 30 quilômetros dali, já tinha uma Bíblia. Esse homem chamava-se Dimitri. Stuart vai à sua casa visitá-lo – o que impressiona a Dimitri, pois ele até então só havia recebido a visita de dois cristãos. 

Dimitri conhecera o evangelho de uma forma espetacular: há quase vinte anos atrás, os exércitos do Czar russo invadiram a região próxima onde ele vivia. Um soldado, ao retirar-se rapidamente, deixa com que sua Bíblia caísse. Dimitri e a vila não sabiam ler – por isso deixaram esse “livro” guardado. Anos depois, a esposa dele aprende a ler e, como uma criança alfabetizada, começa a falar suas primeiras palavras. E elas foram exatamente o “Evangelho em miniatura”, que está em João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Naquele dia, doze pessoas converteram-se, e o irmão Hine tem uma maravilhosa visão do amor de Deus manifesto no Calvário. 

Assim surgiu a quarta estrofe, só após a segunda grande guerra: o casal Hine teve de se mudar para a Grã-Bretanha, assim como cem mil refugiados de guerra, acrescendo-se aos quase 165 mil poloneses que já estavam lá. Um cristão desses refugiados foi visitar o casal e fez uma pergunta linda: “Quando vamos para o lar?”. Ele pergunta isso, porque ele, ao se separar de sua esposa, anos antes, recusou aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador. Agora, já convertido, anelava o dia de poder ir ao lar e encontrar a sua esposa querida. 

Sem dúvida alguma, essas histórias nos mostram que, mais do que tudo, os verdadeiros, os mais lindos e antigos hinos cantados até hoje surgiram do cotidiano, onde Deus, nas pequenas coisas, nos mostra quão grande ele é e sempre será. 


fonte http://www.supergospel.com.br/noticia_serie-sobre-a-historia-dos-grandes-hinos-da-musica-crista-parte-2-quao-grande-es-tu_2783.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário