sábado, 19 de agosto de 2017

Programa 07 - Paulo Leivas Macalão



Nasceu na cidade de Livramento, RS, a 17 de setembro de 1903. Filho do general João Maria Macalão e de D. Joaquina Jorgina Leivas Macalão. Recebeu sua educação inicial no Colégio Batista, no então Distrito Federal, e completou seu curso colegial no Colégio D. Pedro II. Era desejo de sua família que seguisse a carreira militar, e ele concordava, pois estava resolvido a entrar mesmo no Colégio Militar de Realengo, para seguir a carreira de seu pai. O curso de sua vida, no entanto, estava sendo orientado por Deus, Converteu-se em 5 de abril de 1924, sendo batizado a 3 de novembro do mesmo ano. Por essa razão, deixou de lado a carreira militar e dedicou-se à tarefa de expressar o seu amor à causa evangélica, seguindo o glorioso ideal de ganhar almas para o reino de Deus.

Não foi fácil para o jovem Paulo seguir os passos iniciais de sua nova carreira, porque encontrou os primeiros obstáculos entre os seus. Sua família, sentindo que este era o seu destino e que esta era a vontade de Deus, cedeu diante da fé inabalável do jovem crente.

Paulo Macalão começou sua campanha de evangelização nos subúrbios da zona rural, passando por Realengo, Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Marechal Hermes, bem como nos arredores do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis e Niterói.

Os resultados não demoraram a chegar: um número de congregações foi estabelecido com o fim de salvar aqueles que estavam sem esperança, jazendo na incredulidade, levando-os à segurança da fé.
A 17 de agosto de 1930, o missionário Gunnar Vingren, que era o pastor da igreja no Rio de Janeiro, aproveitando a visita ao nosso país do missionário Lewi Pethrus, da Suécia, consagrou Paulo Leivas Macalão ao ministério da Palavra de Deus.

Bangu foi a localidade escolhida para seu trabalho evangelístico e para a construção do primeiro templo das Assembléias de Deus no Distrito Federal. Esta igreja ficava na rua Ribeiro de Andrade, 65, onde a 17 de janeiro de 1934, casou-se com Zéliz Brito, nascendo-lhe o único filho, Paulo Brito Leivas Macalão, hoje pastor em Caldas Novas, GO. Mas tarde o trabalho foi transferido para Madureira, bairro em que se estabeleceu a sede da igreja. De lá, espalhou-se para outros Estados, como Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Espírito Santo e, também, Brasília, quando do início da nova Capital Federal.

Passados 30 anos de sua morte, sua obra ainda é motivo de diversas analises e reflexões. Macalão foi um pioneiro do pentecostalismo sem dúvida alguma, mas também foi pioneiro na formação da primeira cisão ministerial da denominação e inspirou muitos outros a fazerem o mesmo. Ainda em vida, a palavra mais usada pelos textos oficiais para justificar a iniciativa de Paulo Leivas de formar um ministério à parte do suecos foi incompreensão. Sim, Macalão foi um incompreendido, um jovem que ao entrar em choque com os líderes escandinavos se deslocou para os subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, para ali formar seu próprio rebanho. E esse rebanho cresceu muito, sempre inspirado na veia nacionalista e autoritária de seu líder. A AD passou então em muitas regiões do Brasil a ser conhecida como Missão, em alusão aos trabalhos fundados ou dirigidos pelos suecos, e Madureira, a AD verdadeiramente nacional.

Após a saída do Ministério de Madureira da CGADB, a literatura da CPAD ainda continua a reconhecer Paulo Leivas como grande líder, porém sempre é destacado um trecho do diário de Vingren onde ele registra uma interessante observação sobre Macalão: 

"ele é muito independente". Outras faces do "Apóstolo do século XX" são reveladas nas edições posteriores, sob um ângulo nem sempre favorável, legitimando assim a cisão ocorrida em 1989 como algo inevitável, pois o germe da divisão estaria nas ações expansionistas e polêmicas do fundador de Madureira. Assim, após 30 do seu falecimento, sua memória cada vez mais é exaltada por Madureira, mas por outro lado é questionada nem sempre de forma sutil pelas AD's ligadas a Missão. 
Outro ponto que envolve a figura de Macalão em mistério seria a sua provável filiação a maçonaria. Antigos líderes e membros afirmam essa ligação, mas não há evidências claras de que isso tenha ocorrido. Sua amizade com o Reverendo Isaías de Souza Maciel, ministro evangélico, o qual chegou a ser grão-mestre na maçonaria é destacada para afirmar essa hipótese. Gedeon Alencar registra em seu livro, que o questionamento de um pastor pertencer ou não a maçonaria foi ventilado na CGADB de 1966, e ainda, segundo alguns entrevistados para sua tese, uma comissão teria realizado um solenidade em sua homenagem. Mas esse é um caso onde não há confirmações ou desmentidos convincentes.

A certeza de tudo isso é que, passados 30 anos de sua morte, a vida e obra de Paulo Leivas Macalão ainda merecem um estudo mais aprofundado. Poucas informações sobre ele se levantaram nesse período além das que já estão dadas pela historiografia oficial. Macalão ainda é uma incógnita para muitos pentecostais, um personagem mítico esperando por ser desvendado.


Fonte http://mariosergiohistoria.blogspot.com.br/2012/08/30-anos-sem-paulo-leivas-macalao.html


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